quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Idiota idealização


Muitos anos depois, pude olhar por um ângulo diferente do que sempre vi.
Do que eu sempre quis ver. E não quis ver diferente.
Pois por muitos anos, idealizei alguém que não era o que eu me recordava ser.

Não que isso seja culpa tua. Ou que isso seja errado. Simplesmente, não era a pessoa que me lembrava ser.
Foi preciso que eu errasse muito e muitas vezes. Eu precisava lutar ao máximo. Dar todo meu sangue, meu esforço, até tudo se esgotar. Até já não haver mais forças em mim. Foi preciso.
Para eu perceber o quanto minha atenção era desprezada.
O quanto meu interesse era ignorado.

E o quanto minha companhia já não era mais necessária.
Idealizava uma pessoa carinhosa. Atenciosa.
Mas levou muito tempo para eu entender que aquilo... aquilo não era real.
Era o que havia em minha mente. O que eu imaginava ser.
Mas eu me esgotei. Eu me acabei. E me entreguei.

Aos poucos, com o passar do tempo, fui me reconquistando, para que eu me aceitasse como eu sou.
Fui me reconstruindo, para ser alguém novamente.
Precisei de muito mais esforço ainda para voltar a ser eu novamente.

E então, quando eu não podia imaginar, um sorriso surgiu.
E não me refiro ao meu. Mas ao teu.
Quando você apareceu, rindo freneticamente, demonstrando seu nervosismo por estar falando comigo. Nervosismo que compartilhei com você.
Sem me prometer nada, sem me trazer nada, além da sua companhia, sua humildade, atenção e sinceridade... você apareceu.
E sem mover montanhas, sem fazer declarações Hollywoodianas ou dando para mim, mais do que curtos beijos, você me fez ver algo diferente.

Entre tantos olhares... tantos olhares perdidos... inclusive o meu... perdido ao lado de alguém, esperando o de outra pessoa... o teu me chamava a atenção. E eu não entendia o motivo. Não conseguia explicar para mim mesmo a razão de errar meus passos, embramar meus pensamentos e suar minhas mãos, quando via teu olhar. Cruzando com o meu.
Quando a rejeição vinha para mim por todos os lados... de pessoas que eu não esperava... a aceitação e compreensão, acompanhada de carinho, veio de alguém que eu também não esperava.
E junto disto, veio a sinceridade. Que de seu modo simples e encantador, abriu o livro da minha vida, fechado e trancado, tão bem trancado, que nem mesmo eu podia me lembrar do que havia ali. De quem eu era. Do que eu queria.
Um simples sorriso... um simples olhar... que não é um simples olhar... e eu sabia que não era a toa que estávamos frente a frente, finalmente.
Você se interessava pelo o que eu escrevia. E não apenas dizia "É bom.". Mas argumentava. Conversava. Dialogava. E sem que eu precisasse implorar sua atenção, ou abaixar minha cabeça, para ser aceito diante de um orgulho imbecil.

Não.

Você apenas me ouvia. Falava. Compreendíamos. E tudo fazia mais sentido a cada final de frase, em que um ponto final NUNCA era um ponto final.

Tivemos nossas músicas de nossos momentos. Nos emocionamos e compartilhamos. Compartilhamos uma felicidade mútua.
Junto de um respeito incrivelmente apaixonante. E me inspirou a buscar o melhor homem que eu posso ser. Que eu jamais fui. Que sou agora. Que você sabe.
Que você me fez ver ser capaz de ser.

Não temos uma história de anos.
Não nos conhecemos enquanto impedíamos a destruição da Terra.
Não fizemos juras de amor (até aquele momento, pelo menos).
Você não veio correndo aos meus braços, enquanto caia uma chuva ou com o por-do-sol nos acompanhando, quando nos vimos pela primeira vez.
Nosso encontro não foi nada cinematográfico.


Ele foi real.


Seus olhos, com uma leve maquiagem escura, me revelaram alguém feliz. Alguém com todo prazer do mundo em estar viva. E me contaminou com sua alegria.
Tão singelo sorriso vale mais que milhões de dólares na minha conta bancária.
Nada vale mais do que teu bem estar.

Eu não imaginava passar pelo que passei e ser o que sou hoje.
Mas imaginava menos ainda que felicidade tão grande e real existisse.

Eu cortei as plantas do meu passado. As ruins que restavam no meu jardim.
Mas hoje, eu arranco fora as raízes daquelas que insistiam em permanecerem no meu solo.

Sem rancores. Sem mágoas.
Apenas retribuo o desdenho e a indiferença que me deram de presente. Presente de grego.

Porque eu tive uma idiota idealização.
E tudo o que eu não idealizava, descobri, eu, que era tudo o que eu precisava.

Depois de quase 10 anos, sorrio de verdade. Sem medos. Sem receios. Apenas eu. Eu de verdade.



Luciana Gobo.

Encontrei minha verdade.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Meu anjo

"Angel cried last night; it was something in her dreams,
Carving pictures on her bedroom wall, she wonders what it means,
But gets by inside by saying it's not real,
There's no reason to confuse myself no matter what it seems.
Angel lied last night to amputate her fears,
With no question she exhumes herself from possibilities.
Close your eyes it's fine by saying it's not real,
There's no reason to forgive myself no matter what it seems.
And if I could grow some wings I'd fly away home..."

domingo, 18 de setembro de 2011

Simplicidade

As coisas simples me alegram

E não preciso de muito para sorrir

Mas preciso que seja verdadeiro

E tão simples

Que é simples assim.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Quem é o primeiro e quem é o último para você?

Percorremos os mesmos trilhos, com propósitos distintos e mudanças aleatórias.Encontramos peregrinos, nos encontramos e somos desviados para além dos trilhos, onde nos perdemos e posteriormente nos achamos novamente, fechando este ciclo.

Neste caminho há três tipos de viajantes; apressados, medianos e vagarosos.

Aos apressados : Os primeiros a caminhar e os primeiros a ter uma oportunidade de contemplação.Sentir os mais diferenciados aromas e observar paisagens, porém estes só pensam em concluir teu caminho, e são os primeiros a desviar-se do mesmo.

Aos medianos: Ora são apressados, ora são vagarosos, depende da onda em que estão, entende ?.

Aos vagarosos: São os que contemplam o que o apressado não enxergou, são os que sentem o que o mediano perdeu,mudando assim totalmente suas escolhas e atitudes.Assim concluimos, os primeiros jamais serão primeiros e os ultimos jamais serão os ultimos.

E você ? O que deixará para teu companheiro de viagem que está vindo ?



Texto por: Marcelo Rinaldi