quarta-feira, 13 de junho de 2012

Mccandless

Aprendi algumas coisas com Mccandless. Li muito a seu respeito. Estudei. Procurei entender. E procurei entender o meu fascínio pela sua história. E quando soube mais a seu respeito, a admiração mágica tornou-se apenas um mero fato da vida.
Alexander Supertramp foi uma figura venerada, pela atitude de sumir da sociedade. Mas Christopher Mccandless foi imprudente e arrogante, em sua atitude de enfrentar a natureza, da forma como bem entendera. Tendo plena certeza de suas ações.
Trago um pouco disso comigo. De forma mais coesa, sincera e madura.
Confesso estar cada vez mais apagado e desapegado às pessoas. Erroneamente deposito confiança em algumas pessoas, ainda achando que há algo em troca. Não sou lá um dos seres mais altruístas que há na Terra. Não sou perfeito e admito, sem temor.
Penso que sonhei por tempo demais. E quando pareceu ser hora de acordar e realizar alguns feitos... simplesmente, vi-me enganado por indecisões. Antes, costumavam ser minhas. Mas hoje, não pertencem a mim.
Entendo inconstância. Todos somos um pouco. Eu, mais do que deveria. Isso fere outros. Fere a nós mesmos. Fere. E feriu.
Recebi um e-mail de uma antiga amiga. Uma grande amiga, que virá a falecer dois dias antes de mim. Não se explica.
Fez-me rir e pensar mais um pouco nos rumos tomados, até aqui. Como o incerto, tornou-se o certo para nós dois. Distantes, fisicamente e espiritualmente. No entanto, somos "felizes". Mais ainda, no que diz respeito à nossa relação.
E pude ver melhor, agora, toda esta situação. E senti nojo de mim. Acarretando em mais um afastamento.
Claro, algumas poucas pessoas sabem. Recebem notícias. Até mesmo Mccandless, que queria total exílio, ainda mantinha certo contato com algumas pessoas. Tenho meus Waynes espalhados pelo mundo.
Mas eu cansei de procurar. Fui a vida toda, inferior, por me fazer ser. Não por achar, por querer ser. Mas simplesmente, o era. E vi amigos tirando proveito disso. Logo, não posso chamá-los de amigos.
Vi algumas pessoas me darem certezas de algumas coisas, drasticamente mudando suas opiniões pouco tempo depois, sem se importar com a minha.

É provável que eu me arrependa, daqui pouco tempo, de ter feito este post. Mas não irei apagá-lo.
Deixei inúmeras pegadas. Pistas. Trilhas a serem seguidas. Mas o descaso das pessoas que cresci tendo como amigos, amigas, pessoas importantes, simplesmente faz-me ser um fantasma ao olhar desses.
Não posso mais falar. Não quero mais falar. Me calo e guardo para mim, o que houver de acontecer daqui pra frente. Até fim de Junho, começo de Julho. Quem sabe.
Eu não teria a audácia de me confinar numa carcaça de um ônibus velho. Não conseguiria ser tão egoísta e só pensar em mim. No que eu quero, no que eu preciso fazer, no que é melhor para mim. Deixo de viver pelos outros. Mas egoísmo é algo que, por sorte, não carrego comigo.
São 04:45 da manhã. Eu não consigo dormir há semanas. Planejei muitas coisas, que no decorrer dos dias, parece ficar cada vez mais apagado. E cada vez mais, sinto minha alma igualmente apagada.

Não é simplesmente arriscar e tentar. Estou tentando. E com isso, estou arriscando. Sei do perigo. E não vou fugir disso. Eu vou até o fim com a única coisa que eu realmente quero. Da única certeza que tenho.
E se dependesse apenas de mim... ah... se dependesse apenas de mim...