segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Devaneiar

Ouvindo: Agalloch - Our Fortress is Burning... I e II


Viver.
Para isso, basta simplesmente nascer.
Uma mulher que gera uma vida.
De uma forma ou de outra.

Viver.
Crescer, aprender, sofrer, experimentar
Estudar, conhecer, entender
Beijar, amar, transar
Trabalhar, casar, estressar
Envelhecer, presenciar a morte
Dos outros
E a própria

Viver.
Desde quando viver tem sido tão difícil?
Já faz um tempo. Um bom tempo.
Desde quando os homens precisavam destruir uns aos outros.
E ainda é assim.

Mas cada vez mais, se vê isso na própria família.
Aqueles que não nos conhecem, é até normal.
Mas vindo da própria família?

E qual a moral da história?
Ser foda?
Ser tão bom quanto nossos pais?
Sermos iguais a eles?
Ser só mais uma cópia?
Se não de nossos pais, de outras pessoas.

Se eles sofreram para terem o que tem, isso significa que precisamos sofrer também?
Querem que seus filhos sofram?

E os filhos?
Querem matar seus pais?
E alguns não passam vontade.

E o trabalho? Quantos trabalham naquilo que odeiam?
Quantos não queriam estar fazendo algo tão simples
Mas que não podem, porque não dá sustento pra vida?
Eu sou um deles, te garanto.

Algumas pessoas vivem em função disso.
De ser foda. De ficar rico. De mostrar o quanto sofreu para fazer algo.
Na necessidade de chamar atenção. Na necessidade de acharem foda.
Não por si só. Mas para se vangloriar anos e anos depois.

Viajar para lugares longes e caríssimos.
Ser todo sorriso e amores com os de fora
Mas amargura e destruição com os de dentro

Seguir doutrinas que pregam a simplicidade e o respeito
E possuir objetos caríssimos e esnobar, mesmo sendo pobre
Sendo absurdamente falso com as pessoas.

Viver? Vida?
E amar? E amor?
Algumas pessoas são apenas promíscuas, usando a desculpa de amar.
Querem apenas seguir nosso instinto animal.
Mas e esse negócio de amar?
Não vem de um coraçãozinho vermelhinho bonitinho.
Vem da raça humana. Do instinto. Animais.
E se formos capazes de amar vários seres?
E se FOSSEMOS capazes disso?
Acredito que sejamos. De diversas formas.
Errado ou não... somos.
Mas há sempre o julgamento.
Há sempre a justiça punidora. Que chicoteia sem piedade. Impiedosa.

E viver virou, então, isso?

Crescer, trabalhar, viver aprendendo e errando, amando e sofrendo
Odiando e mentindo, trabalhar e se matar para isso
Para se ter uma boa casa, um bom carro, uma boa vida
Para mostrar aos outros o quanto você foi bom
Mas o quanto você é normal e comum?

Porque é o que todos fazem. Apenas isso.
Ter o maior número de objetos caríssimos.
Até animais caríssimos. Pagar pela vida de um ser.

Então, viver virou isso?

Então, eu me dispeço de vocês.
Porque se isso é viver...

... eu estou morto.

Vão todos morrer do mesmo jeito
Alguns mais feios que os outros
Os porcos imensos e nojentos que fedem
As magrelas bizarras que buscam a magreza impossível
Todos envolvidos na conspiração "VIDA"
Vão todos morrer
O final pode até mudar
Mas a vida acaba de um jeito ou de outro
Então, pra que se vangloriar?
Você, assim como eu, é apenas mais um serzinho vivo
Então, aproveite sua vida
Se quiser, venha me bater
Me xingar ou discutir sobre o que escrevo e escrevi
Ou venha aqui viver
Venha mostrar que você entendeu
Entenda sobre isso.
Você pode se matar o quanto quiser ou puder
Pode ter a riqueza que quiser ou conseguir ter
Você não é melhor que ninguém
Não é mais importante
Não é imagem a ser seguida
Você é o que você é. E não o que possui.
E vai morrer, como eu vou.
Como todos vão.
..............
A vida...... ela passa lá fora
Aqui dentro
Por nós
Entre nós
... e você está morto
... e você está morta
... ou sou eu quem morreu e não percebeu?
... acho que morri... e não me toquei disso ainda...

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